Este é o meu balanço, tenho dito! Feliz 2008…
Monday, December 31, 2007
Balanço 2007
Sunday, December 30, 2007
In Rainbows
A minha próxima aquisição :)
Deixo-vos com um cheirinho de pura sensibilidade, que faz desta uma das minhas bandas preferidas.
Que Perfeição :)
Saturday, December 29, 2007
Porto de Abrigo.
O Silêncio destrói.
Ele:
“Não deixo de a abraçar um só momento. Não sei se é o medo de ela fugir de mim, ou se já a certeza de que quando o fizer, será de vez. Ela tem a mania irremediável de ser a mulher mais orgulhosa que alguma vez conheci!”
Ela:
“Sentia cada abraço dele como se fosse o último. É tudo tão efémero que até me apavora! Será este o último? Ele não parece querer largar-me…”
Ele:
“Este silêncio… tanto mói por dentro. Nada me fala, oh… como ela me despreza! O que estará a pensar afinal? Digo-lhe…? Digo-lhe que gosto dela como nunca gostei de ninguém e que é com ela que tenciono passar os restantes dias da minha vida?”
Ela:
“Não me larga mesmo… E é assim que eu quero continuar, enlaçada a ele como se não houvesse nada mais para valorizar. Ele gosta-me tanto que ate me sinto uma traidora, raios! Porque não consigo eu amar como ele? Será que isto que sinto é amar? O melhor é partir… eu não o mereço. Haverá certamente alguém melhor que eu para o conseguir fazer.”
Ele:
“Porque chora ela? É mesmo uma despedida… ela não me ama. Nada consegue sentir por mim. E nem palavras consegue encontrar para me despachar… por isso chora, de frustração, por não conseguir com toda a sua força maltratar-me.”
Ela:
“Gosto-o tanto… Atrevo-me a pensar o por mim sempre impensável: eu amo finalmente. O medo do amanhã desaparece, porque já o prevejo com um sorriso meu a seu lado. Mas pelos vistos não chega, porque nem dizer lho consigo! Ai, como ele me olha… é a culpa que sinto, deve ser isso.”
Ele:
“Como consegue ela ser tal fortaleza? Tão fria? Parece que nada importou até aqui…”
Ela:
“Nunca me irei esquecer dele.”
Ele:
“Era ela… Era a tal. Pelo menos até hoje o pensei. Mas afinal não o pode ser, ela não me gosta nem um pedacinho. Nem falar ela me consegue…”
(Afastaram-se de vez. Em silêncio. O mesmo silêncio de sempre. Desta vez para sempre.)
Wednesday, December 19, 2007
Pó de estrela.
Saturday, December 15, 2007
Saturday, December 8, 2007
A Inefável.
Sobre o meu corpo pousou uma espécie de brisa dilacerante que golpeava e pintava as tristes e doces chagas em tons prateados de uma purpurina que seguia lealmente esse bafo. Corria um rio de prata, por mim, de mim e para mim, banhava os meus lençóis, a minha roupa, afogava a minha cara, escorria entre os meus cabelos e calava os meus olhos que choravam num pranto incolor e seco. Estava ali, cheia de confiança mas tão impotente. As minhas mãos, frias e lânguidas mexiam e dançavam em movimentos extasiantes, coreografados de um outro tempo, de um outro lugar, mexiam como se tocassem, mexiam como se o tacto as mostrasse de forma maternal de que estavam ainda vivas; que beleza arrojada me haviam oferecido! O brilho vertido deslumbrava as íris dos meus olhos e assim, começaram por subir à tona da minha epiderme combalida os primeiros sinais de uma dormência comovente. Sou altamente viciada nestes bipolarizados estados de humor, não passo sem eles. São a descoberta, o trago do novo em mim. O liquido prata que de todas as vezes que provo me aprendo. O peito estremece, no pulsar destas batidas cardíacas o líquido sobressai da superfície. Tu a meu lado e a prata em mim. A tua agonia, a tua estranheza, o teu entendimento e contemplação. Ris para mim no fim. E eu peço: “Repete. Repete-o. O meu alter-ego quer ouvir mais uma vez da tua boca o quanto gostas de ver o meu humor revirar." Eu expresso-me de variadas formas antes da verdadeira eloquência do enlouquecer. Sou uma pessoa fantasiosa e inconstante. Sou inefavelmente irremediável! :)
Wednesday, November 21, 2007
Finalmente, o Início do Fim.
Monday, November 19, 2007
La petit maison de reve, de mon reve, de tout personne reve
Friday, November 16, 2007
Inadaptado.
Laroche:
"Sabe por que gosto de plantas?
Por serem tão mutáveis.
A adaptação é um processo complicado. Ensina-nos a ter sucesso e a prosperar neste mundo."
Orlean:
"Para as plantas é mais fácil... Elas não têm memória.
Limitam-se a passar ao que vem a seguir; já para uma pessoa... A adaptação é quase vergonhosa, um pouco como fugir."
Um filme a não perder. Para mim, foi um prazer revê-lo. Qualquer criação dos irmãos Kaufman é louvável e merece uma vénia, a sua sensibilidade e autenticidade.
Thursday, November 15, 2007
Wednesday, November 7, 2007
Para ti, "meu amor".
Hoje só por ser Outono
Vou chamar-te "meu amor"
Contra as regras do que somos
Vou chamar-te "meu amor"
Hoje só por ser diferente te encontrar
É tanto fado contra nós
Mas nem por isso estamos sós
E embora fique tanto por contar
Hoje só por ser Outono vou...
Entre dentes, entre a fuga
Vou chamar-te "meu amor"
Enquanto não se encontra forma
Vou chamar-te "meu amor"
Entre gente que é demais
E tão pequena para saber
Que é tanto o vento a favor
Mas tão pouco o espaço para a dor
Só pode ficar tudo por contar
Hoje só por ser Outono vou...
Há flores, há cores, há folhas no chão
Que podem não voltar
Podes não voltar
Mas é eterno em nós
E não vai sair
Desce o tempo e a noite vem
Lembrar que as tuas mãos também
Já não são de nós para ficar
Por ser tanto quanto somos
Certo quando vemos
Calmo quando queremos
Hoje só por ser Outono vou...
Tiago Bettencourt - Outono
Sunday, October 28, 2007
Protégé Moi
Solta-me, larga-me, deixa-me. Só me fazes pior, meu amigo. Podes largar-me assim, no meio do chão, eu levanto-me sozinha. Deixa a minha mão, deixa-a contorcer-se de raiva até não sentir a mão de mais ninguém ainda agarrada, deixa os meus olhos chorarem tudo o que têm para se despedir na íntegra de alguém que conheci. Só eu posso parar com isto, por isso não te metas. Vá lá, não te metas no meu caminho, vais magoar-te, vais magoar-te e eu não quero. Não vou saber proteger-te de mim porque só um sabe, hoje, só um sabe como me pode proteger de mim…
Protect me from what I want
Protégé moi
Protégé moi
Protect me from what I want
Protégé moi
Protégé moi
Só ele me pode proteger de mim, do que eu quero, só ele me pode afastar do que foi e me fazer renascer. E ele, ele já fez tanto ao não fazer coisa nenhuma, que já pouco ou nada espero dele! Tu, tu não tens que limpar as cinzas, deixa-as comigo, eu não te quero agora. Agora não. Ainda não estou protegida…
Protégé moi, toi, crétin!
Sunday, October 21, 2007
She broke away…
Mais uma vez
Não de vez
Mas como sempre
Para sempre
Se o sempre existir.
I would live for you
I would die for you
It’s not over, not over, not over yet!
Acho que até nem quis parar para compreender que assim foi constantemente. E que eu não quero de outra forma. Não consigo querer, não me chega, quero sempre mais, eu quero sempre isto:
NÃO QUERO QUERER O QUE POSSO TER,
QUERO QUERER O QUE NÃO POSSO TER.
NÃO QUERO ESTAR ONDE ESTOU,
QUERO IR PARA ONDE NÃO VOU.
NÃO QUERO QUERER QUEM EU TENHO,
QUERO QUERER TER QUEM NÃO TENHO.
Quebrar, partir, destruir, recalcar, criar, construir, aperfeiçoar, amar, cuidar. Porquê renegar isso? Porquê não sucumbir ao que letalmente me engrandece? Acho… Acho que fui demasiado ingénua, mas prossegui, mal ou bem prossegui. E aí no limiar da necessidade, que por visceral me colmatava os vazios esquecidos, consegui uma vez entrar dentro da minha pele e sentir o que até então eu renunciava sempre sentir. E porquê tão tarde? Nem interessa, foi interessante senti-lo e por mais que me guiasse para a minha aniquilação absoluta, isso não alterava em nada. Because it's like learning a new language, helps me catch up on my mime. if you don't bring up those lonely parts. this could be a good time. it's like learning a new language.
Quando medito neste departamento de mim, o departamento que sente mais com o coração do que com a mente, acabo sempre por gritar a alto som:
Please someone kill me because I won’t hold this for too long. Can someone give me the reasonblade and cut my heart in pieces so he won’t survive anymore? Someone please leave in my chest a hole, a hole that doesn’t hurt me. BECAUSE I JUST HATE THE LOVE THAT I FEEL WHEN I FEEL I LOVE YOU! In the end this is more hate then love.
E é complicado continuar nestes dias que me assolam o destino, esse que nem existe, porém que se distende no meu caminho. A dor, a dor e a dor, essa fome linearizada do meu apocalíptico meio de perder a identidade, a necessidade, essa linha recta que não percorro. Ela e ela, sempre ela. A ansiedade. A necessidade de a ter. A satisfação de não querer outra. A minha inevitável e interminável dor.
Monday, September 10, 2007
Será que é fácil de entender?
Imaginei
Talvez por não saber o que será melhor,
Aproximei
"Meu corpo é o teu corpo, o desejo entregue a nós"
Sei lá eu o que queres dizer
Despedir-me de ti,
Adeus, um dia voltarei a ser feliz
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
Não sei, o que é sentir… Se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender
Talvez por não saber falar de cor,
Imaginei
Triste é o virar de costas o último adeus,
Sabe Deus o que quero dizer
Obrigado por saberes cuidar de mim,
Tratar de mim, olhar para mim, escutar quem sou
E se ao menos tudo fosse igual a ti
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
Não sei, o que é sentir… Se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
Não sei, o que é sentir… Se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender
É o amor… que chega ao fim,
Um final assim-assim é mais fácil de entender
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
Não sei, o que é sentir… Se por falar falei
Pensei que se falasse era mais fácil de entender
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor,
Não sei, o que é sentir… Se por falar falei
Pensei que se falasse era fácil de entender'
Sunday, September 9, 2007
1+1=2 (não deveria ser 1+1=1?)
O que parecia existir entre nós foi rapidamente substituído pelas nossas individualidades. Pelos nossos simples seres. São ‘simples’ quando comparados a um grande sentir.
O nosso amor deixou de ser nosso.
O nosso amor passou a ser o de cada um de nós.
Ausentou-se a evolução da necessidade de te tocar e permaneceu a morte do conto dos sentidos. Fomos levados por uma tempestade onde as nossas entidades afogaram todas as possibilidades que sonháramos.
Agora ambos pertencíamos à estatística da solidão, à aparição da desilusão. E eu não sabia. Afinal como podia…?
Eu, já não consigo pensar em ti, chamar pelo teu nome, recordar a tua aparência, sem sentir um enorme sentimento de desencanto engolir-me no escuro.
Tudo porque não estava lá quando a tua sobrevivência encontrou refúgio na ausência e resolveste então, sozinho, desistir daquela nossa procura.
(Agitas o saco. Indagas agora uma nova busca.)
Sunday, September 2, 2007
Like Superstars
All that seems to matter to you is the other's opinions... but they... they just don't know how really feels.
'Your heart is broken, and you don’t seem to mind
I guess it happened a little too many times, too many times
You try and you got tired, those long a brighten stories
You weald a fire right under the snow
They don’t they don’t
How could they really know
They don’t
They don’t know how it really feels
They’re just on holidays
Like dummies filling landscapes
How could they see you cry?
Do you remember me?
I was the one that held you through
I held a spot light when you did that crazy dance
Dance with you
I felt like superstars do
Me and you
We're just like superstars
I was around you
You couldn’t really tell
I held you close while
While you drove, you just drove into hell
You know!
A kind of hurt that burns
A light that loves you blind
And while your feet go
They go deeper in the sand
You wave and drown
You rave to the crown that says
But they don’t know how really feels
They’re just here on holidays
Like dummies filling landscapes
How could they see you cry?
Do you remember me?
I was the one that held you through
I held a spot light when you did that crazy dance with me
Yeah you did that crazy dance
You did that crazy dance with me
You did that crazy dance (7x)
Coz they don’t know how it feels
They're just here on holidays
Like dummies filling landscapes
How could they see us cry?
Do you remember me?
I was the one that held you through
I held a spot light when you did that crazy dance to me
As I dance with you
I felt like superstars
Me and you
We felt like superstars
Me and you (2x)'
Sunday, August 26, 2007
Sei de ti.
Entretenho-me com paixões rápidas. Tento perder-me de ti entre amores passageiros e por vezes distraio-me com devaneios destes. Faça o que fizer o querer saber de ti é que acaba sempre por me cobrir as ideias. E não sei bem se é o teu sorriso, não sei bem se é a tua voz, não sei bem se é a tua ausência, se é a dita saudade. Ou se é a esperança ou a falta dela. Se é a inacção e o conformismo ou se é a vontade de lutar e ir atrás. Sei que está aqui, cá dentro, dentro de mim, a vontade de saber de ti. Ver como estás, mesmo sem te ver. Falar contigo, mesmo sem te ouvir. Estar contigo, mesmo sabendo que estás longe.
Para quê esconder afinal?
Gosto quando me visitas.
Gosto quando sorris em mim.
Gosto de te ter mesmo sem seres meu.
E irás ficar guardado… para sempre aqui guardado.
Tuesday, August 14, 2007
Fragmentação
E a ti, não quero uns segundos, minutos, horas de silêncio, quero uma toda vida.
Sê feliz no nosso silêncio.
Monday, August 13, 2007
Sunday, July 15, 2007
O tamanho não importa
Sabemos claramente que o Amor é que nos faz respirar, é o motor dos nossos corações, almas, personalidades… o que lhe queiram chamar. Mas mesmo assim, ouvimos certos “exemplares” quase que diariamente a “contabilizar” os seus feitos. Os chamados gabarolas :p
“Eu sou o melhor amante que já alguma vez conheci, já vivi não sei quantas paixões e deixei loucamente apaixonadas não sei quantas mulheres!” Grrr… Que idiotice! Agora também enumeramos as nossas conquistas?! E a intensidade e autenticidade em que as vivemos e fazemos viver, isso não importa?
Um outro exemplo é o tamanho da colectânea de discos gravados e vendidos das bandas que muitas vezes é questionado, como se o talento dos artistas dependesse do número de obras que já tem arrecadado. Como se este fosse uma espécie de garantia obrigatória para a qualidade. (Quando há afinal tantos artistas já de grande valor sem ainda nenhuma criação visível e tantos outros que criam diferentes obras com diferentes valores!)
E outro é a quantidade de objectos que possuímos, que recheiam a nossa casa, que fazem de nós seres mais ou menos ricos, mais ou menos respeitados (infelizmente é assim); o telemóvel, o automóvel, as marcas da roupa que vestimos, o número de peças que ostentamos no nosso roupeiro.
A porção de viagens que fizemos, as estórinhas que contamos aos amigos e familiares, as recordações materiais que lhes trazemos, os conhecimentos culturais que acarretamos às costas… tudo isto irá reflectir a nossa experiência de vida a partir daí; “ela já viajou por vários países, as verdadeiras elites da Europa: Alemanha, França, Inglaterra, you name it!...”.
O número das médias que obtemos após anos de aprendizagem que parece ser o único responsável pelo nosso valor cognitivo; o número das pequenas asneiras que fizemos até aqui é o reflexo da nossa responsabilidade e maturidade.
Tudo isto é muito, aliás é demasiado relativo! Para quê transformarmos tudo o que somos e nos rodeia em números? Tudo o que fazemos tem de entrar para a dita “tabela” da vida?
… Por acaso gostava de um dia verificar a veracidade dos resultados de tais contabilidades!
Friday, June 22, 2007
Love is...
Saturday, June 16, 2007
Queria... Mas...
Eu queria ser alguém, não sei quem, mas não me deixam.
Queria ir, não sei para onde, mas tiraram-me o lugar.
Queria gritar, não sei a quem, mas calaram-me a voz.
Eu queria amar, não sei quem, mas arrancaram-me o coração.
Queria viver, não sei porquanto, mas mortalizaram-me o corpo.
Queria partir, não sei quando, mas encobriram-me o destino.
Sunday, June 10, 2007
You’re still my favourite one
Vi-os pela primeira vez neste videoclip, há já alguns aninhos atrás.
Para mim, todo o álbum Parachutes está de uma incomparável doce melancolia.
A Trouble continua a ser a minha música preferida dos britânicos Coldplay, por tudo o que ela me recorda, por tudo o que ela me faz sentir sempre que a ouço.
'I never meant to cause you trouble,
And I never meant to do you wrong,
And I… well if I ever caused you trouble,
Oh no, I never meant to do you harm.'
Monday, June 4, 2007
Turn on the signal
A rainha deste meu planeta inventado, a guardiã da minha sanidade mental… ou insanidade talvez. Bem, pelo menos da minha sanidade física sou uma tutora capaz. Conservo o corpo intacto, impecavelmente inteiro, harmoniosamente unido; ao contrário da minha cabeça, essa que está aos bocados e se mantém suspensa apenas pela força do meu pescoço. Uma mente despedaçada, assim como o coração, assim como a alma e o espírito… Bah! Mas não dará tudo ao mesmo? Não importa. Importa sim o que esperam de mim neste trono, os feitos consequentes do pedestal onde ingenuamente me colocaram, achando-me capaz de governar… (oxalá o fosse!) Julgavam-me bondosa, merecedora de muito mais que a dor a que até então vinha a colher. Fizeram do chão que piso tapetes vermelhos. Sou da realeza dizem-me… Não, eu sou A realeza! Pois sinto-me a única realeza reinante! Que cegos foram… que cega me deixaram.
Aceno tranquila e arrogantemente, em volta a multidão saúda-me, aplaude-me como se fosse o seu Deus supremo. E que fiz eu? Não importa. O sabor do domínio é doce e eu respondo àqueles olhares de súplica e submissão com uma mirada de altivez, cuspindo beijos hipócritas ao ar acima das suas cabeças. Enquanto caminho sinto-me desfalecer. Ao carregá-lo, o esqueleto curva-se de tão pesado que o meu ego se encontra, o corpo queixa-se e tropeça pela sua dimensão ridiculamente descomunal! As pernas tremem e eu finalmente caio no chão. Respiro o cheiro da alcatifa vermelha e o cheiro não é diferente de um qualquer outro chão. Não cheira a perfume de majestade, a rosas colhidas numa manhã fresca de primavera, ou a uma essência qualquer importada de Paris, mas sim a lama. Um cheiro a podre e humidade que incomodava as minhas narinas imperiais. De nada me adiantou cair em solo soberano.
Disseram-me, com carinho e somente boas intenções, que com o poder eu iria crescer ainda mais! Insaciada pela ambição de um dia vir a ser adulta acreditei. E até aqui, só minguei… Tenho vindo a encolher. A encolher tal como a Alice no seu Pais das Maravilhas. O meu castelo, o fabuloso castelo que me ofereceram, desmorona agora como se feito de um baralho de cartas. Ao mínimo sopro desaba por completo, assim como o meu corpo mirrado, esmagado pela grandeza e robustez do meu ego. Este meu ego tanto cresceu que o reino que me criaram não resistiu. Explodiu. E eu… o que restou de mim, já não me agrada mais.
É assim… É assim que conseguimos matar alguém por amor.
[ you know the way that things go
when what you fight for starts to fall
and in that fuzzy picture
the writing stands out on the wall
so clearly on the wall
send out the signals deep and loud
and in this place, can you reassure me
with a touch, a smile - while the cradle's burning
all the while the world is turning to noise
oh the more that it's surrounding us
the more that it destroys
turn up the signal
wipe out the noise
send out the signal deep and loud
man I'm losing sound and sight
of all those who can tell me wrong from right
when all things beautiful and bright
sink in the night
yet there's still something in my heart
that can find a way
to make a start
to turn up the signal
wipe out the noise
wipe out the noise
wipe out the noise
you know that's it
you know that's it
you know that's it
receive and transmit
receive and transmit
receive and transmit
you know that's it
you know that's it
receive and transmit
you know that's it
you know that's it
receive and transmit ]
Foi assim que me mataste e o silêncio, esse, morreu comigo, num simples acto de companheirismo ou de solidariedade.
Eu era especial e bondosa, havia sofrido sim, talvez por isso merecesse agora muito mais que dor…talvez. Sim, tudo isso era verdade meu bem, mas ter-me-ia contentado com o cargo de princesa.
[Pela primeira e última vez, tudo se tornou barulho.]
Sunday, June 3, 2007
Assim não!
Bolas, considero uma pergunta completamente desnecessária no mundo das artes! Aqui não podemos ser radicais e extremistas ao ponto de apontar: “Ah e tal… o meu preferido é X.” (…) “É por isso que nunca seria capaz de aprovar o Y.”
E é assim que se faz do primeiro, um autêntico iluminado e do segundo um ignorante. Não nos podemos apaixonar por um autor e prometer-lhe eterna fidelidade!
Tal como Miguel Torga já o dizia: ”Esta simples coisa de gostar simultaneamente da obra de dois escritores, é impossível aqui. A paixão duma exclui a outra. Ou se é por Fulano, ou por Sicrano.”
E é que depois para contrapor com mais alguns argumentos acaba por se elogiar um e repudiar o outro, como se ambos não tivessem análogo valor! Como se fossem de mundos diferentes, quando este é só um: a Arte da Literatura Portuguesa.
Posteriormente, para terminar o seu comentário, finaliza com uma expressão do tipo: “E é por tudo isso que gosto mais de X!”.
É o cúmulo… honestly... Ou se ama ou se odeia?! Porquê?
Tudo bem que cada obra se diferencia de outra, que há formas de escrita divergentes, mas no entanto estão todas dentro do mesmo “saco” e merecem respeito simplesmente pelo facto de terem sido criadas! O esforço do combate de criar não é louvável? Mesmo que os valores das obras se diferenciem não podemos ignorar os outros "concorrentes".
E será que alguns destes autores têm de se submeter a estes pseudo-críticos? Não há exclusivismo na Arte! Não a menosprezemos só porque essa, em particular, não nos encanta.
Sunday, May 27, 2007
Vá lá...
Puxa o da direita e eu levanto o meu braço direito, puxa o da esquerda e eu levanto o meu braço esquerdo.
Dá-me textos para decorar, prosas de palavras apaixonadas e apetecíveis. Concede-me um guião inteiro para te declamar…
Arranja-me cenários, daqueles que parecem tirados de uma vida.
Oferece-me uns sapatinhos de cristal e aqueles vestidos purpurinados com todas as cores do arco-íris.
Prende-me somente entre as cortinas vermelhas e os fortes holofotes.
E promete-me, todos os dias, a mesma ânsia pelos aplausos finais…
Faz de mim tua marioneta.
Wednesday, May 16, 2007
Harrowdown Hill
Thomas Edward Yorke, mais conhecido pelo líder vocalista dos Radiohead (banda inglesa de rock alternativo), lançou em 2006 o seu primeiro albúm a solo: The Eraser. Esta magnífica obra de arte, no meu ponto de vista, possui nove músicas inéditas que nos leva a uma outra dimensão, a um mundo aparte em que a electrónica nos hipnotiza os sentidos.
Conhecido pelo seu falsetto* distintivo que muitos consideram irritante e outros, simplesmente apaixonante, Yorke é possuidor de uma habilidade para encontrar e sustentar notas bastante elevadas.
Esta Harrowdown Hill pode ser vista como uma música de intervenção, sendo mais uma crítica que este activista político resolveu realizar, porém este trabalho vai muito além de uma simples crítica, basta olharmos o videoclip com um pouco de atenção e ouvirmos a música com ambos os ventrículos. Este artista de grande mérito cria autênticas relíquias com instrumentos como a guitarra eléctrica, o piano e um não tão comum: o computador. Yorke referiu que prefere computadores às guitarras e pensa que programas como Pro Tools dão ao músico maior poder na direcção de uma música do que os instrumentos tradicionais; e só cá para nós, se o resultado for sempre este: estamos contigo Thom!
*Falsete, do italiano falsetto, é uma técnica vocal através da qual um cantor emite sons mais agudos que os da sua faixa de frequência acústica natural.
Na iminência de…
Tu és a brisa que invade discretamente pelo vidro partido da única janela desse espaço. Vens rodear-me e obrigas-me a dançar.
Danço por breves minutos no limbo da extinção. Trémula, narcotizada entre quentes tons, espalho o vermelho e o laranja em pedido de término.
“Queres ver-me dançar esta noite, não é meu bem?
Mas tem cuidado, pois se me soprares um bocadinho a mais eu apago-me.”
Monday, May 14, 2007
Adeus.
Bem… Penso que isto não se ouve todos os dias. Muito menos quando conhecemos suficientemente bem a pessoa em questão para saber que não lança palavras destas ao ar como quem só procura lançar um banal elogio. Acreditamos, como é lógico e sentimo-nos mais que gratos por… nem sei muito bem porquê! Mas na altura não só acreditei como passei a viver essa realidade. Lembro-me que a abracei com toda a ternura e afecto que tinha dentro de mim e só a larguei dos meus braços quando me senti vazia, lembro-me que não consegui conter uma certa humidade nos olhos quando ela mo disse e sorrira-lhe suavemente. Não estou a vangloriar-me, isso é patético, ainda por cima quando se tratam de autênticos sentimentos (pelo menos da minha parte). Eu passei a gostar ainda mais dela. A sensibilidade é algo que se nota, pode não ser à primeira vista, mas umas horas partilhadas já definem bem esse canto de personalidade de cada um. Pois bem, eu passei mais que “umas horas” com esta mulher, dediquei-lhe toda a atenção quando me falava, dava-lhe todo o meu carinho quando me precisava e cheguei até a sentir uma certa admiração humana por ela. Apesar do seu feitio, muito próprio e nem sempre estável acompanhava-a a muitas saídas, a muitos chás, a muitas conversas. Escrevi-lhe e dediquei-lhe pequenos poemas, pois ela adorava a forma dolorosa como eu escrevia. A vida não lhe tinha sido fácil. E já lhe conhecia o passado quase tão bem quanto o presente, que vivia com ela quase um bocadinho de todos os dias. Confiava nela. Confiava-lhe a minha Mãe. (Não que a minha Mãe seja minha posse, isso é outra coisa que não entendo no dito amor. No amor não existe posse, apenas protecção.) E ambas a ouvíamos, tudo aquilo que dizia e destruía à sua volta sob um manto de ovelha. Queria deixar todos na mesma solidão a que constantemente se submetia, já desde muito cedo. Virava tudo e todos contra ela e depois esperava que se virassem contra nós também… Pena (para ti), pelos vistos não resultou… não foi? Sozinha… Parece que é isso que te resta. Só isso... Não porque preferes o isolamento mas porque todos viram o lobo que és. Tenho de meter na minha cabeça que as palavras não amam. Não nos devemos deixar levar só por elas… Nem sei porque escrevo isto aliás! Porque se tudo foi uma farsa, não só as coisas que dizias e fazias, mas tu própria… Nem te devia dar tanta importância, pois não tia? Assim o farei, fica tranquila.
(Nem raiva, ou lá o que isto ainda é, sentirei mais. Só o desprezo de um esquecimento eterno.)
Saturday, May 5, 2007
O que sou (?)
O nosso Destino, esse infelizmente, não está predeterminado no poder dos nossos genes. É pena… não?
Saturday, April 28, 2007
Friday, April 27, 2007
Shuuu...
Entre o sonho e a consciência.
Eu não consigo ver a fragilidade escondida por detrás de um falso sorriso de confiança, não sei ainda como destapá-lo, para debaixo encontrar o seu sorriso de porcelana. Distinguir um pedido de ajuda por detrás daquele olhar tão forte, quase assustador de tão bravio e fixo.
Eu senti que querias parar... que estavas farto e cansado de andar atrás de sonhos numa estrada pavimentada por fragmentos de vidro, demasiado cruel para os teus pés descalços... Cortante demais para essa tua alma tão imaculada. E a tua consciência, essa, era o álcool que ardia nas feridas, tentava sarar mas doía demais.
A quimera falava, falava muito alto. Gritava, gritava por ti...
Tu sangravas e não desistias... Tu sangravas e calavas-te... Não partilhavas sequer a dor. Essa que, tão melhor que a utopia, teimava em querer comandar a tua consciência.
Espreitaste-me e viste-me a teu lado nesse percurso.
Viste-me a sangrar também.
(Talvez pela mesma quimera que tu. Aquela que ainda está em flor.)
Thursday, April 26, 2007
O agora fumador.
(“Ui, que eu já não o vejo faz tempo!”)
Em mim tremelicava aquele alvoroço de criança, queria ver se ele continuava o mesmo, se eu continuava a mesma e se ambos continuávamos na mesma enquanto tagarelávamos.
Lembro-me de brincarmos muito, até mesmo com os olhares, parecia que fazíamos frente um ao outro em determinadas situações. Eu gostava… Sentia-me mesmo bem ao seu lado… Libertava, de todas as vezes, a menina escondida dentro de mim. Ela já não espreita por mim há muito também, por isso é que a ansiedade de o ver era mais que a normal. Queria contactar de novo com o meu lado acriançado.
Sim, lembro-me da sua fisionomia um tanto desajeitada, muito alto e magro. Os seus olhos grandes, e escuros como a noite, que carregavam aquela expressividade toda entre o ingénuo e o franco.
Falávamos de tudo, partilhávamos as peripécias do nosso dia-a-dia e estávamos sempre ali quando um de nós precisava de um abraço… Éramos, sem dúvida, grandes amigos!
Combinamos no café onde a nossa turma se costumava reunir depois de um dia de aulas, o ambiente não mudou muito após estes anos. Quando entrei, dei de caras com um sujeito alto e bem constituído. Pensei, entre segundos “é ele”. Porém algo me deteve, este pegava entre dedos um cigarro: “Não, ele dizia-se incapaz de fumar…”; mas aqueles olhos não mentiam: ”Sim, é ele!”. Aproximei-me e cumprimentei-o. Falou-me calmamente: “Então Sara, o que é feito de ti?” e assim recomeçamos mais uma das nossas infindáveis conversas… Tinha “crescido” e de facto eu também. Os nossos lados acriançados deram mãos sim, mas de forma mais serena, madura. Nós mudamos inevitavelmente com a passagem do tempo, mas permanecemos com a nossa verdadeira essência guardada.
Apagou mais uma última ponta de cigarro e recomeçou a falar após humedecer os lábios. Ouvia-o atentamente… estava encantada! A sua inconfundível maneira de falar, tão precipitada e impaciente, e o seu português mal dominado davam ao seu rosto uma expressão levemente dolorosa. Posso até dizer que as palavras lhe esfolavam os lábios ao passar. Terminava mais uns dizeres e voltava a si, a mesma ternura, aquele seu ar naturalmente afável com que me olhava fixamente.
Sim, posso dizer que não mudou nada… e afinal, nem mesmo eu.
Wednesday, April 25, 2007
Orgulho intragável.
Tuesday, April 24, 2007
Rosa Negra.
que nasces em meu peito,
Mais perfeita que deusa grega...
Queimas meu coração já desfeito!
Entre as chamas, consumida,
beijo tuas pétalas com fervor.
Espeto teus espinhos, comovida,
e escorrem rubras lágrimas de Amor...
Minha alma porém, não arde,
mantém-se branca, fresca e pura.
Este fogo ardente torna-se cobarde
quando me queima de loucura.
Tu, minha musa, não desfolharás.
Não deixarei tua essência murchar.
A arder em mim continuarás
e este inútil amor...irá perdurar...
Saturday, April 21, 2007
Rodrigo Leão e Cinema Ensemble
Este é, sem dúvida, um espectáculo a não perder! Bilhetes entre os 20 e os 35 euros.
Os melhores do ano da Rádio Nova Era
Esta gala organizada pela Rádio Nova Era é já um marco nos espectáculos anuais portuenses. O seu objectivo é premiar e homenagear as melhores músicas e intérpretes da música nacional e internacional.
O espectáculo conta com as actuações de Da Weasel, Buraka Som Sistema, Expensive Soul, Mundo Secreto, Tara Mcdonald, Barbara Tucker, Chris Willis, Gary “Nesta” Pine, Dollarman, Gutto feat. Liliana, Ez Special, Layout e a actuação de Dance for Kids.
Começa às 21h e os bilhetes são a 5 euros.
Friday, April 20, 2007
Fez-me cinema.
Experimentando então, diminuir as horas supérfluas desta dita "noite", levanto-me. O corpo fresco contraria a mente que ainda pede fervorosamente descanso. Em pontas de pés, muito sorrateiramente vasculhei as minhas coisas em busca de fácil distracção, tentando sempre não quebrar o silêncio, esse calado, que embebia o resto da casa. Fui surpreendida com algumas fotografias que me saudaram com um simples abrir de gaveta. Pareciam ser de pessoas que reconhecia, aquelas sãs expressões que sempre deliciavam a objectiva ocular, em cerimónias que brincavam e espevitavam a minha recordação. Espalhei todo o conteúdo no chão e fui separando com as mãos as que mereciam atenção primária. Porém houve uma, uma só, que me captou toda. Nessa, o papel fotográfico estava em branco. Olhei melhor e vi contornos distorcidos, desenhados levemente como que por um bico de lápis. Um cinza mortiço delineava aquilo que pareciam ser as linhas de dois rostos. O silêncio não me estava a deixar concentrar. Era demasiado barulhento! Mais atentamente olhava e menos me parecia revelar. E as fotografias! Essas outras, mortas e sepultadas no soalho de madeira, teimavam berrar quase tão alto quanto o silêncio.
Não reconhecia aquelas faces nem o lugar que como pano de fundo começou a surgir lentamente. Pareciam pinceladas de aguarela aquelas que transformavam o pálido papel numa gravura que impunha agora a saudade… Redescobrira enfim as duas caras, o local, o momento. O trago desta saudade era autêntica sacarose!
Olhei o relógio uma vez mais, este anunciava as ansiadas 7h!
Este silêncio ainda me embalava, mas já sem incómodo, entre sonoridades estridentes e acompanhado pela colectânea de memórias já esquecidas, oferecera-me o som e a imagem em simultâneo.
O silêncio fizera-me cinema.
Tuesday, April 17, 2007
Íman.
Que a minha definição de espaço ficou marcada no pensamento, como no lugar da vítima ficam marcadas a giz as linhas do seu corpo. Foi em riscos de giz, foi em riscos de giz que sublinhei os vértices da imagem do espaço e salientei os seus pormenores. Soprei com afinco as cores pálidas e fúteis e complementei assim a minha tela, antes limitada ao pálido formato monocromático. Era branco, costumava ser, até acrescentar diferentes tons de várias cores para o pintar.
Pintei o espaço agora que já o sabia.
Quantos espaços não ficaram já presos no purgatório das meras imagens? Esses lugares, onde o mais importante, não é o espaço apenas. Ele serve somente de cenário para um acontecimento do qual nunca ou dificilmente esqueceremos. Pois os espaços são apenas a morada da metamorfose dos actos em eventos.Os espaços não são nada sem as pessoas. Sem os processos de memória de quem vive e sente. Sem o tempo para os viver.Como tal, não, não nos abstraímos do espaço, mesmo sabendo que não é ele o fundamental.
E é aí…
Que a definição do tempo surge em mim como uma imposição de esclarecimento.
Tento pintá-lo…
Mas faltam-me filosofias para o desvendar, faltam-me descrições para o definir. Falta-me ainda tempo para o compreender.
Não o consegui pintar… Afinal faltavam-me ainda tantas cores para o conseguir!
Estabeleço o tempo parando-o.
Lembras-te de quantas vezes o tempo parou à nossa volta, e onde passou só a existir o “algo”…? A única movimentação presente era o cortejar dos nossos olhares, o abraçar dos nossos corpos, o delinear dos nossos sorrisos. Eu lembro-me dessa noite. Desse espaço. Desse tempo. Lembro-me de ti. Do nosso “algo” inexplicável, daquele a que intitulamos de “estranho íman”.O “algo” que sempre precisou de um tempo para existir e de um espaço para acontecer… Precisou de ti, de mim, para que guardássemos todos os pormenores na memória.
Contudo esquecemo-nos…
Não sei se preferimos ou se foi apenas o inevitável. Nem sei se este tem sido um breve “esquecer” para mais tarde voltar a perseverar. Só sei que...
O tempo avançou e o espaço mudou.
Mas o sentimento... esse, ficou.
Tragos de escarlates tesouros.
Como o aroma tão depressa evapora!, sem se despedir a última gota desaparece no fundo de vidro. Agitas o copo vazio... pedes outro.
Como a inércia tão devagar consola!, sem mais demora anseias nova circulação, artérias cheias, a rebentar de vida. Soltas o corpo... este já nada tem.
Eu quero.
Tu queres.
Queremos sangue novo.