Tuesday, August 14, 2007

Fragmentação


Calculo que a probabilidade das tuas palavras irem ao encontro das tuas acções é muito reduzida. Duvido que vás conseguir conciliar a tua hipocrisia e egocêntricidade e formar um manto de candura e inculpabilidade. Podes mentir se isso te fizer sentir melhor. A mentira já não me dói. Agora que olho para trás vejo que o tempo foi meu amigo e certamente me ajudará a soprar um pouco de brisa para levar, da melhor forma, o dito “estalo de luva branca” à tua face reluzente e infantil. Esse feito tão raro e crucial vai deixar cair em mim um som estridente de gargalhar. As paredes vão estremecer, o teu corpo vai cambalear e o meu ego vai rir… rir maquiavélicamente. Nem o mais optimista prevê um desfecho favorável à tua consciência, ela vai pesar, vais ver. Será que aguentas? Isso também não interessa, eu também tive de aguentar com muita coisa, durante muito tempo, sem mesmo perceber o que se estava a passar. Vês como o tempo me fez bem? De tão ingénua passei a uma tão vil criatura…

E a ti, não quero uns segundos, minutos, horas de silêncio, quero uma toda vida.
Sê feliz no nosso silêncio
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