Eu sei que ele não iria chorar no meu ombro, mesmo sendo esse o seu desejo. É arrogantemente orgulhoso… um pouco como eu portanto.
Eu não consigo ver a fragilidade escondida por detrás de um falso sorriso de confiança, não sei ainda como destapá-lo, para debaixo encontrar o seu sorriso de porcelana. Distinguir um pedido de ajuda por detrás daquele olhar tão forte, quase assustador de tão bravio e fixo.
Eu senti que querias parar... que estavas farto e cansado de andar atrás de sonhos numa estrada pavimentada por fragmentos de vidro, demasiado cruel para os teus pés descalços... Cortante demais para essa tua alma tão imaculada. E a tua consciência, essa, era o álcool que ardia nas feridas, tentava sarar mas doía demais.
A quimera falava, falava muito alto. Gritava, gritava por ti...
Tu sangravas e não desistias... Tu sangravas e calavas-te... Não partilhavas sequer a dor. Essa que, tão melhor que a utopia, teimava em querer comandar a tua consciência.
Espreitaste-me e viste-me a teu lado nesse percurso.
Viste-me a sangrar também.
(Talvez pela mesma quimera que tu. Aquela que ainda está em flor.)
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