Ele:
“Não deixo de a abraçar um só momento. Não sei se é o medo de ela fugir de mim, ou se já a certeza de que quando o fizer, será de vez. Ela tem a mania irremediável de ser a mulher mais orgulhosa que alguma vez conheci!”
Ela:
“Sentia cada abraço dele como se fosse o último. É tudo tão efémero que até me apavora! Será este o último? Ele não parece querer largar-me…”
Ele:
“Este silêncio… tanto mói por dentro. Nada me fala, oh… como ela me despreza! O que estará a pensar afinal? Digo-lhe…? Digo-lhe que gosto dela como nunca gostei de ninguém e que é com ela que tenciono passar os restantes dias da minha vida?”
Ela:
“Não me larga mesmo… E é assim que eu quero continuar, enlaçada a ele como se não houvesse nada mais para valorizar. Ele gosta-me tanto que ate me sinto uma traidora, raios! Porque não consigo eu amar como ele? Será que isto que sinto é amar? O melhor é partir… eu não o mereço. Haverá certamente alguém melhor que eu para o conseguir fazer.”
Ele:
“Porque chora ela? É mesmo uma despedida… ela não me ama. Nada consegue sentir por mim. E nem palavras consegue encontrar para me despachar… por isso chora, de frustração, por não conseguir com toda a sua força maltratar-me.”
Ela:
“Gosto-o tanto… Atrevo-me a pensar o por mim sempre impensável: eu amo finalmente. O medo do amanhã desaparece, porque já o prevejo com um sorriso meu a seu lado. Mas pelos vistos não chega, porque nem dizer lho consigo! Ai, como ele me olha… é a culpa que sinto, deve ser isso.”
Ele:
“Como consegue ela ser tal fortaleza? Tão fria? Parece que nada importou até aqui…”
Ela:
“Nunca me irei esquecer dele.”
Ele:
“Era ela… Era a tal. Pelo menos até hoje o pensei. Mas afinal não o pode ser, ela não me gosta nem um pedacinho. Nem falar ela me consegue…”
(Afastaram-se de vez. Em silêncio. O mesmo silêncio de sempre. Desta vez para sempre.)
No comments:
Post a Comment