Sunday, June 3, 2007

Assim não!

Numa conversa entre amigos surge uma pergunta: “Mas afinal qual é o teu escritor favorito?”
Bolas, considero uma pergunta completamente desnecessária no mundo das artes! Aqui não podemos ser radicais e extremistas ao ponto de apontar: “Ah e tal… o meu preferido é X.” (…) “É por isso que nunca seria capaz de aprovar o Y.”
E é assim que se faz do primeiro, um autêntico iluminado e do segundo um ignorante. Não nos podemos apaixonar por um autor e prometer-lhe eterna fidelidade!
Tal como Miguel Torga já o dizia: ”Esta simples coisa de gostar simultaneamente da obra de dois escritores, é impossível aqui. A paixão duma exclui a outra. Ou se é por Fulano, ou por Sicrano.”
E é que depois para contrapor com mais alguns argumentos acaba por se elogiar um e repudiar o outro, como se ambos não tivessem análogo valor! Como se fossem de mundos diferentes, quando este é só um: a Arte da Literatura Portuguesa.
Posteriormente, para terminar o seu comentário, finaliza com uma expressão do tipo: “E é por tudo isso que gosto mais de X!”.
É o cúmulo… honestly... Ou se ama ou se odeia?! Porquê?
Tudo bem que cada obra se diferencia de outra, que há formas de escrita divergentes, mas no entanto estão todas dentro do mesmo “saco” e merecem respeito simplesmente pelo facto de terem sido criadas! O esforço do combate de criar não é louvável? Mesmo que os valores das obras se diferenciem não podemos ignorar os outros "concorrentes".
E será que alguns destes autores têm de se submeter a estes pseudo-críticos? Não há exclusivismo na Arte! Não a menosprezemos só porque essa, em particular, não nos encanta.

No comments: