Eu sou a chama da vela pousada na mesinha de cabeceira. Aquela que ilumina o pedaço de quarto onde me deixaram.
Tu és a brisa que invade discretamente pelo vidro partido da única janela desse espaço. Vens rodear-me e obrigas-me a dançar.
Danço por breves minutos no limbo da extinção. Trémula, narcotizada entre quentes tons, espalho o vermelho e o laranja em pedido de término.
“Queres ver-me dançar esta noite, não é meu bem?
Mas tem cuidado, pois se me soprares um bocadinho a mais eu apago-me.”
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