Espelho meu, espelho meu, existe alguém tão mutável quanto eu?
Houve um momento. Um simples e singelo momento em que eu me olhei ao espelho e não reconheci a cara que ele pintava. Os traços que surgiam à velocidade a que agora escrevo, quase que fulminante, pareciam-me distantes de um rosto tão familiarmente esquecido. Foi um momento óbvio de reflexão, um momento óbvio de introspecção. Uma tentativa falhada de compreender de que matéria afinal era eu feita e porque é que estava em constante mutação degenerativa. E constrangia-me olhar para aquela cara, para aquelas linhas agora tão despersonalizadas de mim. Em dias como o de hoje volto a acreditar que sou o que eu quiser.
“Abri as asas e fui ser tudo o que eu sempre quis.”
Cansei-me de uma espera que já não tinha sentido ou objectivo patente. Hoje volto a ser eu. Talvez uma versão melhorada de mim, mais instruída e menos credivelmente vulnerável.
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