Saturday, January 26, 2008

Operações Numéricas e Vacilações Sentimentais.

Todo um panorama rebuscado em teias complexas de situações que tão depressa nem sequer existem como de repente me avassalam a vista, me atiram às íris cansadas pedras de tamanho colossal e indestrutível. Tão fora de meu próprio controlo. Obrigam-me a pensar, analisar e a definir estratégias... O que ate aqui eu sei por exacto é que sempre me fiei em senso comum para definir o que sinto e agora põem-me ciências na mente, porque preciso de algo definitivamente definível e palpável. De repente começo a falar em equações e definições complicadas num papel amachucado no qual os números e as letras estão desfocados. Ele fala-me em incógnitas nos resultados e dúvidas em enquadramentos declinatórios das explicações e eu respondo-lhe com incógnitas e enigmas nas minhas frases. Mas eu paro e penso e ele senta-se ao meu lado e procura soluções. Chegava a nós uma luta sangrenta vos garanto, pois eu não paro enquanto não perceber o que raio se passa, e ele continua a somar o que raio se passa com tudo o que se passou para chegar ao que se vai passar.

Eu é que passo assim a sangrar do nariz da porrada numérica e letrada de que estou a ser alvo! Não está a ser fácil… Divido o infinito de todas as minhas palavras com o horizonte de todas as perspectivas e ele multiplica-me os meus juízos errados da sua personalidade com qualquer oportunidade que tenha para se esconder atrás de um caderno próximo.

Sinto que pela primeira vez, mas não a última certamente... eu espero o inesperado. E vai acabar por não acontecer, como sempre.
Estou a lidar com alguém que tem uma personalidade forte, talvez todo ele seja um muro de betão pois tudo o que digo a puxar as forças da sentimental mãe natureza ele corta pela raiz com o seu machado científico e preciso. Mas isto é um mero ponto de vista... E sem poder falar por ele, digo que ele cora quando o encurra-lo ao seu canto sentimental, ele fica lamechas e sensível, fica vulnerável e deixa de estar opaco aos olhos dos outros enquanto que a mim quase me arranca os olhos das órbitas quando sorrio por isso acontecer! :)


Aliás, ele tem um ponto fraco, os olhos, os ditos espelhos da alma, que teima em esconder, segundo ele por timidez. Desvia o olhar antes de qualquer oportunidade que eu possa ter de os ler. Parece aterrador este tipo de amizade, pouco saudável até… e é mesmo! Uma relação em que damos e logo a seguir exigimos, em que lutamos para cravar os ideais de um no outro, sempre no fundo insatisfeitos com o que somos ou fazemos. E até um dia a luta irá continuar, até as nossas forças se esgotarem... Porque entre nós, não há espaço nem tempo para um simples minuto de silêncio.

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