Já reparaste que a nossa estória não passou de uma preparação para incipientes? Uma procura para desvendarmos a espessura do romantismo ainda existente. Em tudo. Em todos. Em nós próprios.
O que parecia existir entre nós foi rapidamente substituído pelas nossas individualidades. Pelos nossos simples seres. São ‘simples’ quando comparados a um grande sentir.
O nosso amor deixou de ser nosso.
O nosso amor passou a ser o de cada um de nós.
Ausentou-se a evolução da necessidade de te tocar e permaneceu a morte do conto dos sentidos. Fomos levados por uma tempestade onde as nossas entidades afogaram todas as possibilidades que sonháramos.
Agora ambos pertencíamos à estatística da solidão, à aparição da desilusão. E eu não sabia. Afinal como podia…?
Eu, já não consigo pensar em ti, chamar pelo teu nome, recordar a tua aparência, sem sentir um enorme sentimento de desencanto engolir-me no escuro.
Tudo porque não estava lá quando a tua sobrevivência encontrou refúgio na ausência e resolveste então, sozinho, desistir daquela nossa procura.
(Agitas o saco. Indagas agora uma nova busca.)